Viver Fora do Nosso País – Os Estágios Emocionais

Por MartaCastro em

Viver Fora do Nosso País - Os Estágios Emocionais

A mudança é uma parte inevitável da nossa vida e pode ser difícil de lidar, integrar e até apreciar. Elisabeth Kubler-Ross apresentou a Curva da Mudança de Kubler-Ross para facilitar a compreensão dos processos de mudança e suas implicações emocionais (“Death and Dying” 1969). Este modelo pode ser aplicado a diferentes transições na vida, incluindo a migração. É uma das ferramentas mais fiáveis para entender os estágios emocionais pelos quais passamos quando iniciamos a jornada de viver no estrangeiro.

 

Os 5 estágios da mudança:

 

É importante referir que não nos movemos ao longo dos estágios linearmente ou passo a passo. As pessoas tendem a se mover em estágios de forma aleatória e, às vezes, podem até retornar a um estágio anterior após um certo tempo. Cada estágio pode durar um período de tempo diferente e é possível que uma pessoa fique presa num determinado estágio.

 

1-Negação: o estágio de choque ou negação é geralmente o primeiro estágio do modelo Kubler-Ross e demora normalmente pouco tempo. Nessa fase, usamos a negação como mecanismo de defesa e demoramos algum tempo para processar a nova realidade. A pessoa pode não querer acreditar no que está a acontecer. Pode afetar a capacidade de pensar e agir.


2-Raiva: quando a realidade nos atinge e entendemos a magnitude da situação, começamos a sentir raiva e podemos procurar alguém ou algo para culpar. A raiva pode ser expressa de várias maneiras. Por exemplo, algumas pessoas podem direcionar a raiva em si mesmas, outras podem direcioná-la para as pessoas à sua volta. Algumas pessoas podem ficar zangadas com a vida em geral, outras podem culpar o novo país. Tendemos a ser irritáveis, frustrados e com temperamento explosivo durante este estágio.

 

3-Negociação: quando o estágio de raiva termina, podemos começar a pensar em maneiras de adiar o inevitável e tentar descobrir o que resta de melhor na situação e tentar encontrar um meio-termo. A negociação e compromisso podem trazer algum alívio para aqueles que se estão a aproximar do que querem evitar. A procura  por um desfecho diferente ou menos traumático pode permanecer nessa fase.

 

4-Depressão: durante esta fase, tendemos a sentir tristeza, medo, arrependimento, culpa e outras emoções negativas. Já desistimos completamente e podemos agora chegar a um beco sem saída, onde a estrada à nossa frente parece apenas um caminho penoso. Podemos apresentar sintomas de tristeza, baixa energia, indiferença, reclusão, afastamento dos outros e nenhum entusiasmo pela vida

 

5-Aceitação: Quando percebemos que lutar contra a mudança não vai fazer a dor passar e  nos conformamos com a situação e a aceitamos. A resignação pode não parecer ainda um momento de total felicidade, mas é momento em que a pessoa pára de resistir à mudança e segue em frente. Nesta fase, passamos a ser capazes de resolver os problemas e a olhar para a nova vida com mais entusiasmo e capacidade.

 

O mais importante é entender que todas as emoções que sentimos quando nos estamos adaptar a um país diferente são válidas e normais. As dificuldades iniciais e emoções associadas, fazem parte do processo de adaptação e vão passar assim que estivermos prontos para aceitar a mudança e a querer tirar o máximo proveito da nossa nova vida. 

 

Entra em contato se achares que estás estagnado num dos estágios ou se precisares de avançar para a próxima fase do teu processo de adaptação.

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